FABRE D'OLIVET (TANNER) – NASCIMENTO DA PALAVRA
ATFO
Logo ele percebeu, ao fazer uso dessas faculdades novas, que a maioria dos *signos* que emitia para exprimir seu pensamento era acompanhada de certas exclamações de voz, de certos gritos, mais ou menos fracos ou fortes, mais ou menos ásperos ou doces, que quase nunca deixavam de se apresentar juntos. Notou essa coincidência, que sua companheira havia notado antes dele, e ambos julgaram que poderia ser conveniente, seja na obscuridade, seja quando a distância ou um obstáculo lhes escondia a visão um do outro, substituir essas diversas inflexões de voz pelos diversos *signos* que elas acompanhavam. Talvez o tenham feito em alguma circunstância urgente, movidos por algum temor ou desejo veemente, e viram com grande alegria que se haviam entendido e compreendido. Dizer o quanto essa substituição foi importante para a humanidade é certamente inútil. O leitor sente bem que nada mais grandioso poderia ocorrer na natureza, e que, se o momento em que um acontecimento assim se apresentou pela primeira vez pudesse ser fixado, mereceria as honras de uma comemoração eterna. (*Histoire philosophique*)
