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BAADER FERMENTA COGNITIONIS 1.4

Franz von Baader — Fermenta Cognitionis — Livro I §4

Vê-se claramente que quando desta livre escolha entre o bem e o mal, no caso onde uma tendência ao mal já existe na criatura, produz-se, no momento da escolha pelo menos, uma liberação em relação à influência determinante deste pendor malicioso, uma parada e por assim dizer um silêncio deste pendor; concebe-se também que esta liberação momentânea da criatura não possa naturalmente ser sua obra; em outros termos o tempo, considerado por deste ponto de vista, é um tempo de graça (de redenção) para a criatura, no sentido que a mentira primeira e fundamental que ela exprimiu de pronto — de tal maneira que abandonada a si mesma só poderia exprimir eternamente o mal — lhe está submetida, apresentada uma segunda vez neste tempo, por assim dizer em “detalha” ou em cada aplicação particular e a liberdade lhe é ao mesmo tempo dada de retomar cada uma das aplicações ou de confirmá-las de novo pela aceitação livre da dor que é necessária para que elas sejam destruídas em seu fundamento. Compreende-se igualmente deste fato que a liberdade de escolher que um espírito já caído e vivendo no tempo utiliza, deve ser distinguida daquela que ele usava em seu estado de inocência primitiva e indeterminada; e pode-se convencer ao mesmo tempo que o poder da vontade livre é verdadeiramente mobilizado pelo uso sucessivo que que dele é feito na vida temporal, e que ele tem por consequência, quando bem empregado, a impossibilidade de uma recaída no mal (na escolha do mal), e quando mal empregado a impossibilidade de um retorno à escolha do bem.

A dor da negação de si à qual se fez alusão acima se produz no mau como no bom sentido. É neste último caso que o apóstolo afirma: Não aflija o espírito santo em vós!

“A liberdade no homem não é o livre arbítrio: pois o livre arbítrio é a escolha entre o bem e o mal, entre a liberdade e a escravidão. Enquanto o homem tem a escolha entre o bem e o mal (no estado de inocência primeira ou no estado de graça restituída no tempo) que se denomina livre arbítrio, ainda não tem a liberdade (atual), posto que esta liberdade não pode existiru a não ser depois de ter escolhido. Assim a liberdade atual (assim como a escravidão) só existe no momento que o livre arbítrio cessa. Pois a liberdade (a escravidão) só pode existir com com vontade, e a deliberação que supõe o exercício do livre arbítrio (a vontade formada ou a resolução voluntária) não admite ainda a vontade. O homem não tem necessidade de querer agir, quer dizer de vontade e de força, a não ser quando ele escolheu aquilo ao qual quer aplicar uma ou outra” (Bonald, Teoria do poder político, II, 393). “Deus desfruta portanto da liberdade mais perfeita, mas não tem o livre arbítrio”, etc., e mais adiante o mesmo autor diz: : “Deus influencia sobre a escolha do homem”. O termo influência designa aqui um poder constitutivo ao qual o homem não pode opor qualquer ação direta, mas o dito poder deixa a princípio a esta ação direta toda a liberdade. — A escolha se manifesta precisamente no fato que se permite uma influência (abre-se a ela) ou que se recusa ela. — é preciso em seguida distinguir entre vontade indeterminada (ainda não definitivamente constituída) e vontade livre; e a possibilidade de redenção é a possibilidade de uma dissolução (dissolubilitas) da vontade má já determinada. O homem que se abre à influência “a” subordina a esta uma outra influência “b”, e é em seguida “a” que o libera de “b”, não é ele que se libera.

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