CRISTOLOGIA

Sofiologia — Vladimir Soloviev

Renovador messiânico da espiritualidade russa, é como Jacques Brosse o qualifica. Espírito generoso e apaixonado, Soloviev exerceu uma fascinação que se repercute até os dias de hoje.

Filho de historiador e neto de um papa russo, teve aos nove anos a visão de uma mulher “inundada de azul dourado”, que logo reconheceu como a sophia, a Sabedoria divina. Depois de uma crise de ateísmo, saiu com sua fé fortalecida, publicando aos 21 anos de idade um trabalho de fôlego “A Crise da filosofia ocidental”. Enviado em missão a Londres, percorreu a Europa e foi ao Egito, onde teve nova visão de Sophia.

Excluído da universidade em 1881, dedicou-se a defesa dos ideais eslavos, de um universalismo cristão, acabando por abandonar estas esperanças, convencido de que a saída para a tragédia da história humana só poderia ser escatológica.

As divergências religiosas só poderiam ser solucionadas através de uma reunificação universal em torno da Sophia, um “transfiguração da matéria” pelo espírito. A sofiologia, conhecimento de e pela Sabedoria divina, é a meta maior da evolução do homem individual e historicamente.

No final de sua vida defendia um combate permanente orientado pelo amor sempre fervente e uma devoção pela Arte, verdadeira “teurgia”, capaz de “esclarecer e transfigurar o mundo”. (Jacques Brosse)