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RAPTO DOS DEMÔNIOS

Do terceiro ao nono dia: a travessia dos pedágios aéreos

2. A ação dos demônios para se apoderar da alma.

Como atestam numerosos textos patrísticos, quando da elevação da alma aos céus, os demônios buscam raptá-la dos anjos que dela se encarregam e a conduzi-la para baixo, ao hades.

Alguns Padres apresentam face a face e em pé de igualdade a multidão dos anjos e a multidão de demônios prontos a se amparar da alma desde sua saída do corpo.

Alguns Padres afirmam que a alma pode então ser tomada e levada seja pelos anjos, seja pelos demônios, em função de seu estado espiritual: os poderes bons (os anjos) têm poder sobre ela em proporção a suas virtudes, os poderes maus (os demônios) têm poder sobre ela em proporção a suas paixões, a alma tendo engendrado, por sua intimidade com uns ou outros Poderes no curso de sua vida, uma espécie de comunidade de estado com eles que determina então seu devir.

Máximo o Confessor evoca o primeiro destes aspectos: «Lembremo-nos dos terrores da alma em sua saída do corpo, como vêm em seu encontro os Poderes do ar e as Forças tenebrosas, e como ela está dissociada e cortada em pedaços em proporção de sua funesta familiaridade com elas pelo jogo das paixões». Da mesma forma, Hesíquio de Batos, quando escreve: «Aquele que não anda na vigilância […] não estará liberado das ações, das palavras e dos pensamentos maus odiados por Deus. Tais homens, quando deixarão esta vida, não passarão impunemente diante dos Príncipes do Inferno». Ou ainda Doroteo de Gaza, quando aconselha a alma insensível de «guardar o pensamento dos indubitáveis julgamentos de Deus, de se recordar que a alma sairá do corpo e encontrará os terríveis Poderes com os quais terá cometido o mal nesta curta e miserável vida». As mesmas considerações se encontram em Macário e Nicetas Stethatos.

Uma série de orações no «Ofício de intercessão à Mãe de Deus antes da separação da alma do corpo» demandam a assistência da Mãe de Deus para impedir os demônios que se apressarão então a se amparar da alma: «aqueles que conduzem ao além-túmulo me pressionam, me apressam de todos os lados; minha alma está suspensa, amedrontada, cheia de imensa agitação: venha portanto a consolar por tua visita, ó Virgem imaculada»; «seguro refúgio dos pecadores, assegure-me, Virgem pura, tua misericórdia e salva-se da mão dos demônios: ei-los, tais uma matilha de cães, que fazem círculo ao meu redor»; «como leões rugindo, os demônios me cercam: buscam me raptar, e me despedaçar cruelmente; seus dentes e suas mandíbulas, as quebre, Virgem pura, e salva-me».

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