CRISTOLOGIA

Jean-Claude Larchet — A vida após a morte segundo a Tradição ortodoxa

A provação da vinda da morte

Natureza da provação

Para os Padres da Philokalia é grave não poder se preparar para a morte. É uma graça divina, que se deve demandar, ver a morte vir e ter tempo de se por face a face com Ele, nas disposições adequadas.

A angustia natural desta nova condição é evocada pelo Ofício de intercessão da Mãe de Deus antes da separação da alma do corpo: “Um grande temor, um tremor indescritível tomou minha alma agora: ela está tomada de dor no momento de se separar de meu corpo”.

S. Macário fala assim de algumas dessas inquietudes: “a alma ainda não experimentou um chamado terrível como este; ela teme a aspereza do caminho e a mudança de lugar de habitação; ela é tomada igualmente pela tristeza das coisas vistas e de seus bens; ela sofre da separação do corpo, seu companheiro; isto lhe é penível e ela chora por causa da dissolução de sua comunhão com ele, dado que ela é privada de sua sociedade”. (Revelação a respeito das almas: como elas são retiradas do corpo).

Mesmo os santos se intimidam com a morte, pondo suas esperanças na bondade de Deus. Abba Isaías quando a hora de sua morte se aproximava, confiou a Abba Pedro as seguintes palavras: “O temor desta hora tenebrosa me oprime, quando serei rejeitado da Face de Deus; ninguém me escutará, e não haverá perspectiva de repouso”. Abba Elias confessa: “Temo três coisas: o momento que minha alma sairá de meu corpo, aquele que comparecerei diante de Deus e aquele que minha sentença será ditada”.

- ACOMPANHAMENTO FAMILIAR - FENOMENOS E EXPERIÊNCIAS