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MÍSTICOS RENANO-FLAMENGOS

Misticismo Renano-FlamengoMísticos Renano-Flamengos

No excelente “Voici Maître Eckhart”, com textos e estudos reunidos por Emilie Zum Brunn (Jérôme Millon, 1994), temos no primeiro capítulo uma tentativa de apresentar paralelos entre Mestre Eckhart e os místicos renano-flamengos que o antecederam. Certamente Eckhart teria adotado algumas colocações novas e originais destes míticos, como pode se ter uma ideia aproximada pelo paralelo no ensaio feito entre ditos deles e de Eckhart. Para o organizador da obra estes paralelos demonstram uma origem comum que poderia bem ser da patrística grega, através do “amigo helenizante” de Bernardo de Clairvaux, Guilherme de Saint-Thierry.

Segundo J.-B. Porion, “as linhas que caracterizam esta mística são fáceis de traçar, pois ela só visa um ponto e se apressa em sua direção com sábia impaciência. Sem dúvida, os meios são coisa por essência que quer ser superada, e o esforço para fazê-lo é comum a toda doutrina espiritual, mas a busca do imediato é a atitude fundamental da mística especulativa e nós não poderemos deixar de retornar várias vezes sobre este motivo: sem meio (milieu — sonder middel) em tratando de suas tendências. A superação se aplica aqui às palavras, às razões, aos sinais, em certo sentido às obras e às virtudes. Ainda mais são as distinções pessoais que devem, segundo estes autores, “desfalecer” na Unidade. à contemplação do Uno — frequentemente qualificada de neoplatônica — corresponde na alma certo desapego do agir. Entretanto este vazio interior, nos doutores cuja doutrina nos é melhor conhecida, não é a passividade de todo homem, uma inércia egoísta; ela pode e deve se acompanhar ao contrário de uma perfeita disponibilidade para com o próximo, de uma incansável diligência no dever, mas sem que o lazer íntimo (ledicheit) nisto seja lesado. Esta mística contemplativa tem por ponto de partida o exemplarismo: ela concebe o desenvolvimento espiritual como um retorno àquilo que é, àquilo que fomos por toda eternidade e não cessamos de ser no Verbo. Por uma nova superação a princípio, após ter “retomado aquilo que a nós pertence” e reunido no pensamento Divino nossa realidade ideal, ela quer que o além das ideias mesmo, o espírito se perca na simplicidade da essência. Mística essencial, mística do retorno à Verdade inominável da “queda” das pessoas no abismo da Deidade, do desaparecimento dos números e dos modos…”

Pretendemos nas páginas que seguem apresentar quem são estes místicos renano-flamengos, seu pensamento e seus escritos. Estaremos reunindo aos poucos material sobre: Beatriz de Nazaré ou de Tielen (1200-1268); Hadewijch de Antuérpia (obra entre 1220-1240); Mechtilde de Magdeburg (1207-1282); Hadewijch II ou talvez mais de uma pessoa (final do século XIII); Marguerite Porete (obra entre 1290-1300); e outros. — Excertos e estudos: - Paralelos Renano-Flamengos - Irmãos do Livre Espírito - Mulheres Visionárias - Beatriz de Nazaré - Santa Edwiges - Mechthild de Magdeburg - Margarida Porete - Hadewijch II - Gheraert Appelmans - Hadewijch Beguinas - Pérola Evangélica

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