Henri le Saux – Amor
Saux1991
A experiência cristã de koinonia, de amor e comunhão, ocorre sem dúvida no mais íntimo do ser humano, pois é ali que ele se reencontra em Deus como em sua própria fonte. (SHMC, p. 191.)
o amor de Deus não tem medida. Ele oferecerá até o fim ao homem pecador a possibilidade de reintegrar a koinonia. A quem se recusou, a graça tornará possível novamente doar-se. A quem se fechou em si mesmo, a graça novamente possibilitará comungar. A parábola da ovelha perdida e a do filho pródigo sugerem que há segredos do amor divino que só podiam se manifestar assim… (SHMC, p. 198.)
Na aceitação da própria limitação e temporalidade, há uma profundidade de amor incompreensível ao estoico e ao vedantino. (SHMC, p. 202.)
Não-desejo total, viver da plenitude da eterna Presença. O sannyasin não precisa das coisas nem dos homens, nem de seu interesse, nem de seu amor, nem de seu ódio, pois o Atman onde vive é plenitude. (2.7.52; A Subida ao Fundo do Coração, p. 62.)
Oferecer a oferenda do instante e receber o dom do instante. O dom a mim deste instante não é outro senão o dom ao Filho da eternidade surgindo do seio do Pai é amar com o amor do Espírito. (8.7.52; A Subida ao Fundo do Coração, p. 65.)
Deus me emite misteriosamente em sua eternidade a partir de sua sunyata . É também de seu Amor que sou originado. Seu amor, ao me criar, me busca, e ao me buscar, busca a si mesmo. Ele busca o encontro consigo. Pois o Amor é um abraço; e o Amor cria, quer, emana o Amor n'Ele e com Ele. (12.7.52; A Subida ao Fundo do Coração, p. 67.)
A manducação da Eucaristia é para mim o meio totalmente adaptado à minha natureza para responder ao pedido de Amor do Pai, aceitar ser, isto é, ser amado pelo Pai — e portanto que o Pai me ame .
Pois não sou puro espírito. É pelos sentidos que conheço e, conhecendo, amo. E até preciso manifestar meu amor pelos sentidos. Só manifestando-o pelos sentidos é que, normalmente, o levo à plenitude de intensidade. Portanto, é pelos meus sentidos, por meio dos quais estou ligado a este mundo e vivo neste espaço-tempo, que devo receber e ouvir o chamado de amor de Deus e responder a ele.
A Encarnação, a Igreja, a Eucaristia são essencialmente tanto a manifestação do Amor de Deus por mim quanto a manifestação do pedido de Deus para ser amado por mim em retorno. (12.7.52; A Subida ao Fundo do Coração, p. 69.)
Não pelo abandono a outro — ao Outro — não, nem mesmo o amor por Ele. O amor sentido não é o amor total, cheira a apego a si, ao si inferior. O amor que ultrapassa todo sentido, a paz que ultrapassa todo sentido, a alegria que ultrapassa todo sentido. Além do amor, da paz, da alegria. (17.7.52; A Subida ao Fundo do Coração, p. 71.)
As pessoas queridas não são menos amadas, mas não há o menor apego, o menor retorno sobre “si”.
Deus então é conhecido, amado, n'Ele mesmo e não mais no si do conhecedor. (19.7.52; A Subida ao Fundo do Coração, p. 72.)
Cristo ensinou aos homens que é no amor aos irmãos que se alcança o amor a si. (6.5.54; A Subida ao Fundo do Coração, p. 122.)
Não é pelo amor da mulher e dos filhos que se ama sua mulher, seus filhos; Yajnavalkya já dissera: é pelo amor do Si. (24.11.56; A Subida ao Fundo do Coração, p. 213.)
A Igreja deveria ser o “grupo do amor”, a cristalização social do Amor que Jesus veio espalhar, destinada a transformar toda a massa, como o fermento na massa.
Quem ama? Quem ama totalmente? E enquanto o Amor não for total, não é Amor. (12.4.63; A Subida ao Fundo do Coração, p. 308.)
Como fazer descer o Espírito? Como “inspirar” o Amor? Se o próprio Jesus não conseguiu! Pentecostes foi uma labareda. De vez em quando uma labareda, mas que nunca se alastra. (12.4.63; A Subida ao Fundo do Coração, p. 309.)
Não é o batismo, não é a comunhão que fazem o cristão, mas o amor que cada um expressa ao seu irmão.
Quem ama seu irmão é aquele em quem Jesus vive, não aquele que traz nos lábios ou no pensamento o nome de Jesus. O nome de Jesus dentro é o amor pelo irmão. (26.8.63; A Subida ao Fundo do Coração, p. 314.)
De que adianta dizer Um no pensamento, se se diz dois na vida. Não dizer dois na vida é o amor. (15.4.64; A Subida ao Fundo do Coração, p. 329.)
