LIVRO DE TOMÉ
Biblioteca de Nag Hammadi — Livro de Tomé o Contendor
Códice II: - The Book of Thomas the Contender - Le Livre de Thomas James Robinson: Apresentação (excertos resumidos) retirada da introdução da tradução de John Turner, da compilação de James Robinson
Esta obra é a sétima e a última do Códice II. É um diálogo de revelação entre Jesus ressurreto e seu gêmeo Judas Tomé, ostensivamente registrada por Mateus (apóstolo?), logo antes da ascensão de jesus. É a expressão literária de tradições nativas da Síria, Edessa, sobre o apóstolo Judas, sobre nome Tomé, o missionário para a Índia. Possivelmente composta na primeira metade do século III. Dois produtos desta mesma tradição foram datados com certeza: o Evangelho de Tomé, composto entre 50-125 e os Atos de Tomé, composto por volta de 225. Ambos parecem derivar da cristandade pré-maniqueista ascética em Osrhoene (Síria oriental), entre Edessa e Messena.
O subtítulo designa a obra como um “livro” de Tomé o atleta (aquele que luta — agon — contra as violentas paixões do corpo) escrevendo para os perfeitos, enquanto as linhas de abertura designam a obra com “ditos secretos” falados por Jesus a Judas Tomé e registrados por Mateus enquanto os ouvia falar. A designação ditos não corresponde ao gênero da obra, que é um diálogo de revelação. É um diálogo distinto dos platônicos no qual o processo de conversação, de afirmações e réplicas e clarificações, conduz passo a passo à emergência do conhecimento. Neste caso é mais um tipo de eratapokriseis (“questões e respostas”) no qual o iniciado elicita a verdade revelada de uma Autoridade espiritual na forma de respostas catequéticas a questões tópicas.
O ensinamento de Jesus é consistentemente ascético. Seu tema básico é “fogo”, o fogo das paixões corporais que tormentam a alma, e sua contrapartida nas chamas do inferno: se será punido por aquilo que se peca. Ao redor deste tema principal reúnem-se um número de oposições conceituais. O tratado evidencia um dualismo platônico de teor radicalmente ascético, podendo ser considerado mais ascético que gnóstico. A doutrina de um trabalho de busca como no Evangelho de Tomé - Logion 2 está distintamente presente, exortando uma vida ascética.
Francisco García Bazán: Excertos de gnosis
El libro de Tomás es un diálogo entre el Salvador y Judas Tomás, registrado por Mateo mientras hablan y cuyo contenido es el saber esencial o autoconocimiento realizado por la gnosis (138,10-20), por ello es posible hablar en el documento de très hombres: ciegos (los materiales), engendradores (los psíquicos) y perfectos o elegidos (los pneumáticos). Se subraya el ascetismo en sus líneas, se compara, en consecuencia, al cuerpo con una caverna y se acentúa la actitud dualista mediante el rechazo de lo perecedero. Esta situación espiritual está aqui representada por el rechazo del cuerpo y de la carne, la aspiración a la liberación de lo caduco y el deseo del reposo pleromático o con el Bueno. Puede verse KRAUSE y LABIB, o. c. o su version en Gnosis II, pp. 110-118. Excertos e estudos: - SEGUNDO KUNTZMANN
