NOTHOMB SEGUNDO RELATO 2,19
Paul Nothomb — O SEGUNDO RELATO
Gen 2,19 E Deus concebeu, destacados do solo (Adama), todas as bestas dos campos e todos os pássaros dos céus e (os) conduziu ao Homem para ver como os chamaria para ele, e qualquer que seja a maneira pela qual o Homem chamaria para ele os animais este seria seu nome.
Assim como as árvores do jardim não são árvores ordinárias, os animais do jardim não são aqueles que conhecemos na condição humana. Saíram da adama («min haadama») quer dizer subtraídos ao pesadume, mas de maneria «orgânica» se ouso dizer, não por natureza como o Homem que ele unicamente é concebido «afar min haadama» comparado ao pó que, destacado do solo, pode voar no ar em permanência, por pouco que o «vento» o porte, e que mesmo caído sobre o solo pode sempre ser aspirado ao menor sopro que o levante. Os animais do jardim, assim como suas árvores, não têm esta qualidade que permanece adquirida pelo homem em permanência, mesmo fora do jardim, mas nada entrando no jardim que não seja «min haadama» é aqui indicado que é assim que foram concebidos os animais que Deus leva para o Homem (e que não contam entre eles nem os peixes, nem os répteis!).
Deus os conduz ao Homem «para ver como ele os chamaria» o que nos ensina que Deus não sabe de antemão e não é portanto «omnisciente», e que o Homem é o inventor da linguagem. Tanto mais que é adicionado duas vezes no texto depois de «ele os chamaria», que é «para ele» que ele os chamaria de tal ou tal maneira, e qualquer que seja esta maneira este seria «seu nome». Não o nome do animal mas o nome do Homem para o animal. Com efeito a palavra animal do texto «nefesh haya» é feminina e o sufixo pessoal da palavra nome é masculino (shmo). Os animais, como as coisas, não têm nome senão para o Homem, não têm consciência de existir. Não existem literalmente senão para o Homem. — LEO SCHAYA — CRIAÇÃO EM DEUS
E YHWH Elohim formou da terra (Adamah), a substância adâmica e etérea) todos os animais dos campos e todos os pássaros do céu, e Ele os fez vir ao homem para ver como ele os chamaria, e para que toda alma vivente (nephesh hayah) portasse o nome que daria o homem. Se a Escritura aqui fala, por um lado, de um evento tendo lugar no paraíso terrestre entre o homem e os animais, faz alusão, por outro lado, ao fato que se tratava não somente destes últimos, mas de «toda alma vivente». Trata-se de um reflexo, ao nível do paraíso terrestre, da «presentação» de todos os seres ao Homem universal do qual saíram e que os reconhece e determina como seus próprios «compossíveis» chamando-os por seus «nomes». Esta objetivação se opera como por uma via circular manifestando e individualizando o conjunto de seus «compossíveis» dos quais cada um lhe «assemelha» sob tal ou tal aspecto, sem se identificar ou se «unir» totalmente a ele. Esta «união» não tem lugar senão para o ponto final do círculo — Eva — que rejunta seu ponto de partida — (v. Gen 2,21).
