NOTHOMB CRIAÇÃO RELATO 19
Paul Nothomb — RELATOS DA CRIAÇÃO
Gen 1,19 E houve uma duração completa («uma noite e uma manhã») quarto dia.
Com este quarto dia se completa a exposição da Criação do tempo, depois do espaço, enfim da inscrição do tempo no espaço, que constituem como os quadros da Realidade cujo Homem antes de ser completamente Criado ele mesmo é considerado (por razões didáticas) tomar progressivamente consciência. Estas razões didáticas explicam porque os astros, o sol e a lua, contra todo bom senso «objetivo» não somente aí não aparecem no primeiro dia, antes da «luz» enquanto apesar de pertencerem ao «reino mineral» são ultrapassados pelo «reino vegetal». E que este, que inaugura a ordem das espécies genéticas, aí esteja separado das espécies que evidentemente lhe sucedem, quer dizer o «reino animal», por esta intrusão do «reino mineral» sob a forma do céu estrelado e das luminárias desmitificadas, que evocam todavia o Tohu Bahu e o «Big Bang» quer dizer o retrocesso. No entanto a está aí na sequência dos «dias». Ao mesmo tempo mental e «categorial». Sua repulsão «natural» da decomposição orgânica abre o espírito do Homem à ideia do tempo imutável embora cíclico que sugere o espetáculo dos astros. É portanto uma prévia. E se os astros são seres não genéricos, são mais próximos dos vegetais, que estes dos animais, na Medida que são desprovidos uns e outros da autonomia dos animais. Na «cosmogonia subjetiva» que desenrola este relato, as categorias «passivas» do tempo e do espaço são apresentadas como prévias à categoria superior, «ativa» da liberdade, que caracteriza por excelência a Criação bíblica, que que vai ser obra dos dois últimos «dias».
