LHREG
Em relação direta com a nova tradução do *Sépher* e com a metafísica da linguagem que forneceu as bases de *A Língua Hebraica Restituída*, registremos o tratamento da surdez-mudez por Fabre d’Olivet, que nele se destacou (caso Grivel, 1811) e por ele sofreu. Pouco importa a realidade do efeito terapêutico. Fabre quis assim realizar uma dupla demonstração.
Por um lado, *«o surdo-mudo (…) deve ouvir, entender e compreender como um homem dotado ao nascer da faculdade auditiva, à Medida que o princípio se desenvolve nele por uma cultura apropriada, da mesma maneira que um germe depositado na terra ali fermenta, se desenvolve e produz, com o tempo e a cultura necessária, uma planta perfeita segundo sua espécie»* (citado por Cellier, *op. cit.*, p. 172). O inatismo e o espiritualismo se comprovam, portanto.
Por outro lado, o segredo de Fabre, segundo uma nota de sua filha (citada por Cellier, *op. cit.*, p. 176), reside no magnetismo, no magnetismo espiritual certamente, quase na teurgia. Ora, esse segredo está contido em *Gênesis, II, 21*, como traduzido e comentado em *A Língua Hebraica*, tratando principalmente do Sono de Adão, o famoso *tardemah*.
Eis por que Fabre d’Olivet podia reivindicar, em seu tratamento, o princípio de uma ciência que dizia conhecer bem, e aquele que se encontra, segundo ele, mais claramente enunciado nos dez primeiros capítulos do *Sépher*, quando se sabe lê-lo (e isso em função da origem das ideias); assim, o meio do tratamento se reivindica do Egito antigo. E eis por que o testemunho do surdo-mudo reputado curado devia ser ouvido aqui.