Jean-Claude Larchet — A vida após a morte segundo a Tradição ortodoxa

Uma série de fenômenos ocorrem ao se aproximar a hora da morte, tanto ao seu redor como no próprio morrente.

Um dos mais conhecidos fenômenos, precedendo imediatamente a morte, evocado por autores profanos, e por autores ortodoxos. Segundo o Metropolita Vlachos, citando um grande homem espiritual contemporâneo: “na hora da sua morte, cada pessoa verá a menor ação que fez em sua vida, assim como uma fração de segundo se pode ver uma minúscula impureza em um copo d'água”. Vlachos afirma que “quando a alma de uma pessoa está a ponto de deixar o corpo, a lembrança dos pecados que cometeu em sua vida lhe assomam, em um estado insuportável, que João Crisóstomo reconhece como uma contração de dor sobre a alma, pelos pecados (hamartia) que a esfacelam”.

Esta provação é uma última chance que lhe é dada de conversão (strepho) e arrependimento (metanoia), e de definição de sua atitude espiritual em relação ao conjunto de sua vida e em relação a Deus. É um balanço, que se apresenta como um exame de consciência, e como uma síntese global de sua existência que lhe outorga o sentido geral, como um juízo. O moribundo pode responder por uma disposição interior de penitência (pelas faltas cometidas) e de ação de graças (por tudo que recebeu em sua vida), expressa em forma de oração, mesmo que não seja em palavras faladas ou pensadas, mas em uma simples atitude.

Em certos casos, o Momento da Morte se acerca de diversos fenômenos de caráter paranormal e sobrenatural que só são percebidos pelo moribundo, que alcança formas de percepção extrasensoriais e suprasensíveis e uma forma de consciência supraterrestre, que são aquelas do outro mundo.

- percepção de pessoas de sua entourage e de suas atitudes, após ter perdido o uso dos sentidos e a consciência ordinária. - visão de outras pessoas morrendo ao mesmo tempo e em outros lugares, ou de pessoas de sua entourage mortas anteriormente. - aparições de profetas, santos, a Mãe de Deus, ou até o Cristo. - aparições de anjos e de demônios, com frequência. - ruídos extraordinários, cantos celestiais, visões de grande luminosidade.

Delírios e alucinações são frequentes, especialmente na falta da virtude de discernimento (diakrisis); muitos livros profanos sobre experiências de vida após a morte relatam ilusões deste gênero, em meio a relatos mais confiáveis.

As experiências limites sãos as experiências vividas por pessoas: - que foram reanimadas depois de consideradas clinicamente mortas pelos médicos; - que devido a acidentes, ferimentos graves ou doença, encontram-se em estado próximo da morte; - que a ponto de morrer podem fazer um relato do que experimentam

O Dr. Raymond Moody recolheu em suas pesquisas esteas experiências e publicou um livro renomado sobre o tema.