ORIGENES BALTHASAR ALMA QUEDA

von BalthasarORÍGENES — ESPÍRITO E FOGO

A queda e o retorno

- A morte espiritual - O pecado é um afastamento desta fonte de luz, vida e santidade, uma queda dentro do não-ser essencial e assim, por assim dizer, fora do conhecimento de Deus - O pecado é a morte real, da qual a morte corporal é somente uma imagem - O pecado da raça - Mesmo se é verdade que o mito do pecado (individual) em uma vida anterior torna o conceito teológico de pecado original impossível, Orígenes ainda tinha uma percepção profunda da solidariedade universal de todos os humanos na culpa. - Todos, com exceção do Cristo, afastaram-se da verdade - Adão significa homem, significa a unidade original da natureza humana que no tempo primordial caiu como um todo do céu - Assim o pecado original para Orígenes significa não uma relação horizontal, temporal a um um Pai original, mas uma relação vertical ao supra-mundano, uma queda comum. - O Cristo é Aquele que restaurou a raça humana a qual, somente através da queda, ganhou sua percepção experiencial da graça de Deus; mas as coisas secundárias são sempre mais duradouras que as primeiras. - Vagando através do deserto - Subindo de volta para a morada celestial, o nivelamento de “imagem” e “semelhança”, o retorno a Deus, é a história de toda alma, mas também a história de toda humanidade e do mundo ele mesmo, uma história na qual esta era do mundo representa somente um episódio efêmero: vagando através do deserto dos milhões de anos nos quais ascensão e queda ainda são possíveis, até que mais e mais almas, guiadas pela providência incansável para fora do samsara dos caminhos do mundo, reúnam-se no lugar supra-celestial, e o corpo místico do Cristo finalmente venha à “maturidade”. - O pathos da partida, da errância, do sempre novo movimento para cima desde o material e a letra do espírito, a pressão, a pressa que inexoravelmente pressiona através de tudo que é passageiro, a paixão da aventura macrocósmica, o anelo consumidor de atravessar através da imagem até o real, mas ao mesmo tempo o crescente estado de ser apreendido pela puxada e fascinação da graça, a percepção orante que o caminho infinito no deserto nada mais é que “Cristo o caminho”, e a submissão cega de seu si a este caminho — : esta é a existência origeana