===== BROWN (BLPS) – VONTADE ===== Como a vontade indeterminada carece de um objeto real, ela deseja se manifestar.13 Isso lhe dá um tipo de estrutura determinada, baseada nas tendências interdependentes de [[oracao:oracao:concentracao:start|concentração]] em si mesma e de expansão para fora de si mesma. (Essas tendências se repetem em todos os níveis da ontologia de [[theosophos:boehme:start|Boehme]].) Se algo deve se revelar e se expressar (expandir), só pode fazê-lo com base no fato de possuir uma identidade (concentração). E é precisamente na [[philokalia:philokalia-termos:auto:start|auto]]-revelação (expansão) que ela vem a conhecer sua própria identidade (concentração).14 Esses dois momentos, mais sua origem, formam uma estrutura trinitária da vontade: vontade indeterminada ([[estudos:ernst-benz:pai:start|Pai]]); vontade que possui uma identidade ([[biblia:figuras:pai-mae-filho:filho:start|Filho]]); vontade como auto-revelação (Espírito).15 Essa tríade não é a Trindade real, mas apenas uma prefiguração de possíveis relacionamentos. Não pode haver relacionamentos reais e auto-objetificação até que haja um objeto real, fornecido pelo desejo. A vontade teve apenas uma amostra do que poderia se tornar se sua estrutura potencialmente determinada fosse realizada. A vontade imagina o que seria ter um outro em oposição a si mesma em sua estrutura tríplice. Esse quarto fator imaginado é a primeira aparição da [[philokalia:philokalia-termos:sophia:start|sophia]],16 uma figura recorrente no pensamento de Boehme que representa aqui a sabedoria divina, a infinidade de ideias que poderiam ser transformadas em uma criação contra a vontade realizada. Em outras palavras, a vontade se imagina como criadora de um cosmo orgânico. Nunca é demais enfatizar que nada dessa imaginação na vontade ainda é realizado. É uma espécie de imagem transcendental das condições que devem existir para que [[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]] se torne ele mesmo. Essas estruturas potenciais da vontade devem interagir com o desejo, a fim de que a vontade possa se transformar no que chamamos de Deus, um ser autoconsciente com uma essência própria. {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}