===== BAADER FERMENTA COGNITIONIS 1.2 ===== Franz von [[theosophos:baader:start|Baader]] — Fermenta Cognitionis Excertos da tradução francesa de Eugène Susini §2 O espírito que se desviou de [[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]] (da unidade enquanto «unidade — princípio — centro»), que saiu desta unidade para viver nele mesmo, não pode mais, como já fiz notar em minha obra «sobre a força da adivinhação e da crença», senão separar em confundindo em lugar de distinguir em unindo, e confundir separando em lugar de unir em distinguindo. Desde então este espírito, que é aquele próprio à criatura, não poderá mais antes de tudo unir Deus em distinguindo ou distinguir em unindo enquanto que é revelado e não revelado, enquanto é em si e que se torna por e na natureza e criatura (Deus est in se, fit en creaturis), e da mesma forma todo ateísmo (teórico e prático) decorre de uma falsa unificação deste gênero (que é uma confusão) ou de uma falsa distinção (que é uma separação). Ora a criatura tem o direito é verdade de se representar Deus na [[evangelho-de-jesus:logia-jesus:logia-jesus:medida:start|Medida]] que ele não é expresso e que ele existe em seu mistério silencioso, parecido para ela a este estado de inocência primeira onde ela se encontraria antes de ter escolhido no sentido do bem ou do mal; mas assim fazendo ela deverá se guardar do erro ao qual sua natureza poderia induzi-la e que consistiria a [[evangelho-de-jesus:logia-jesus:logia-jesus:crer:start|Crer]] que a saída constante (e reentrada) de Deus, o fato de abandonar seu mistério para se revelar (o fato para este Deus silencioso de se manifestar pelo [[biblia:figuras:verbo:start|Verbo]]), deve necessariamente passar pela mesma provação de tentação fortificante, tentação que necessita a bem dizer da parte da criatura não uma saída dela mesma idêntica mas análoga àquela de Deus. Eis aí uma ilusão muito antiga que veio à luz, por exemplo, na forma mais velha do panteísmo, quero dizer aquele da Índia, a doutrina de um Deus que decai dele mesmo e aquela de sua penitência, de sua justificação, etc, Em nossa época, parece não se notar de uma maneira suficientemente clara que o erro fundamental do panteísmo consiste verdadeiramente na confusão de um Deus existente em si e enquanto tal, posto acima da natureza, e de sua revelação ou de sua expressão por intermédio desta natureza (eterna a princípio, em seguida igualmente temporal); é porque esta impossibilidade de distinguir inerente ao Deus não revelado, ou este caráter que nele está, transferiu-se imediatamente a sua revelação eterna (e temporal) enquanto que esta, tanto que se pode apreender, tem por caráter essencial a faculdade de separar e de distinguir. «Se desejasse falar a vossa maneira (disse J. [[theosophos:boehme:start|Boehme]] em sua segunda defesa contra B. Tilken, §1407) e dizer que Deus está em tudo e que por toda parte tem todos os poderes, o que é efetivamente o caso, me necessitaria dizer que Deus é tudo. Ele é Deus, é céu e inferno, e é igualmente universo exterior, por toda coisa tem raiz dele e nele. Mas que há de bom em tal linguagem que não é aquela da religião? Uma tal religião acolheu nela o diabo e ele quis ser revelado igual a Deus em toda coisa e ter em tudo todo poder. » A princípio, e sempre no mesmo sentido, J. Boehme toma partido contra Stiefel e Meth que aplicavam este mesmo ponto de vista panteísta ao homem identificado inteiramente com o [[biblia:figuras:nt-personagens:cristo:start|Cristo]] como se pode demonstrá-lo em vários místicos de uma maneira clara ou confusa, e ele disse: «Eis aí sua convicção e o fundo de seu pensamento inteiro que não é ele que quer, faz, diz, pensa ou projeta qualquer coisa, mas que é Deus que por Jesus Cristo é toda coisa nele, a vontade, a ação, a palavra, o pensamento, a procriação, o beber, o comer, o [[gnosticismo:gnose:sono:start|Sono]], o estado de vigília, etc. ; e isto se pode deduzi-lo quase claramente disto que diz do fato que nada quer distinguir; mas se toda coisa quer em tudo ser Deus por intermédio de Jesus Cristo, o que se pode de direito lhe contestar, que outras pessoas se guardam desta aparência enganosa e aprendam a se conhecer por dentro e por fora e conhecer o que é a criatura, o homem, Deus e o Cristo e não sem razão chamar Deus o mundo maldito.» {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}