===== ESCHATON ===== [[philokalia:philokalia-termos:eschaton:start|eschaton]] — último, fim ==== VIDE ==== - [[philokalia:philokalia-termos:apolytrosis:start|apolytrosis]] Termo do qual deriva escatologia, enquanto a exposição das verdades reveladas sobre a segunda vinda em glória de Nosso Senhor Jesus [[biblia:figuras:nt-personagens:cristo:start|Cristo]], sobre os eventos que a acompanharão e sobre o Reino dos Céus que ele realizará definitivamente. E a vontade do [[estudos:ernst-benz:pai:start|Pai]] que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no =último= (eschatos) dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o [[biblia:figuras:pai-mae-filho:filho:start|Filho]], e crê nele, tenha a [[philokalia:larchet:morte-tradicao-ortodoxa:vida-eterna:start|Vida Eterna]]; e eu o ressuscitarei no =último= (eschatos) dia. (João 6:39-40) O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes =últimos= (eschatos) tempos por amor de vós; (1Pe 1:20) Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o =fim= (eschatos), o primeiro e o derradeiro. (Rev 22:13) === Frithjof Schuon === - Escatología - O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA - A salvação exotérica é a fixação do sujeito humano individual, ou da alma, na aura incorruptível do Objeto [[biblia:figuras:divindade:divino:start|Divino]], se assim podemos nos expressar. A salvação esotérica é a reintegração do sujeito humano intelectual, ou do espírito, na Subjetividade divina. Este segundo modo de salvação — a libertação (moksha) dos vedantinos — implica o primeiro modo, pois o homem como tal jamais pode tornar-se [[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]]. Certamente, a substância imutável do homem, que coincide com o Supremo Si-mesmo, libera-se deste acidente que é o ego; mas não o destrói, assim como a realidade de Deus não impede a existência do mundo. - A negação corânica da Cruz significa a recusa da redenção histórica como condição sine qua non da salvação, visto que, para os cristãos, a Cruz só tem sentido por essa redenção histórica, única e exclusiva. No âmbito do Cristianismo, a ideia de que a redenção é a priori a obra intemporal do [[philokalia:philokalia-termos:logos:start|logos]] dos princípios, não-humano e não-histórico; a ideia de que ela pode e deve se manifestar de diferentes maneiras em várias épocas e em diversos lugares; a de que o Cristo histórico manifesta esse Logos num determinado mundo providencial, sem que seja necessário ou possível delimitar esse mundo de maneira exata; essa ideia, dizemos, é esotérica em relação ao dogmatismo cristão e seria absurdo exigi-la da teologia. - A vontade livre escolhe horizontalmente entre o útil e o inútil, o bem e o mal e, verticalmente, entre o real e o ilusório, a salvação e a perdição. E realiza o real, seja abstendo-se das coisas na [[evangelho-de-jesus:logia-jesus:logia-jesus:medida:start|Medida]] em que são ilusórias, seja, pelo contrário, aceitando-as como mensageiras do real, segundo as condições tanto subjetivas quanto objetivas. - Apenas as qualidades valorizadas pela Verdade e pelo Caminho contribuem para a salvação da alma; nenhuma virtude afastada desses fundamentos tem poder salvador, e isso prova a relatividade e a influência indireta das virtudes puramente naturais. O homem espiritual não se sente proprietário de suas virtudes; ele [[evangelho-de-jesus:logia-jesus:logia-jesus:renuncia:start|Renuncia]] aos vícios e se extingue — ativa e passivamente — nas Virtudes divinas, as Virtudes em si. A Virtude é o que é. - A chave do mistério da salvação pela mulher ou, se preferirmos, pela feminilidade está na própria natureza de Mâyâ: se a Mâyâ pode atrair para fora, pode igualmente atrair para dentro. [[biblia:tipologia:eva:start|Eva]] é a Vida, a Mâyâ manifestante; [[biblia:figuras:nt-personagens:maria:start|Maria]] é a Graça, a Mâyâ reintegrante. Eva personifica o demiurgo sob seu aspecto de feminilidade; Maria é a personificação da Shekhinah, da Presença simultaneamente virginal e maternal. A Vida, sendo amoral, pode ser imoral; a Graça, sendo substância pura, pode reabsorver todos os acidentes. - É plausível que Deus possa nos enviar sofrimentos a fim de que apreendamos melhor o valor da Sua Graça libertadora, e que nós nos esforcemos com muito mais fervor para corresponder às exigências da Sua Misericórdia. Quando o homem ignora que está prestes a se afogar, não se dá ao trabalho de pedir socorro. A salvação é função do nosso apelo, e não há nada mais consolador, definitivamente, do que esse grito de confiança ou de certeza. - O limite inferior da compreensão doutrinal é o conhecimento das verdades indispensáveis à salvação, ou um conhecimento satisfatório dos dados fundamentais da metafísica. - A capacidade de salvação, consequência da deiformidade indestrutível do homem — e aí está a grande mensagem do monoteísmo — atualiza-se essencialmente pela fé em Deus, que é Uno. ==== Marie Madeleine Davy ==== Nos [[philokalia:philokalia-deserto:apotegmas:start|Apotegmas]] dos Padres do deserto encontramos muitas vezes a expressão: quero ser salvo, o que significa: "quero chegar à libertação". Salvação e libertação não se distinguem. Quando um visitante dizia a um ancião: "Como tornar-me monge?" isto significava: "Como tornar-me um?" O que os homens procuram no deserto é a unidade, nada mais do que a unidade. O múltiplo, o esparso, está sujeito à corrupção; só a unidade escapa ao tempo e se insere na eternidade. A unidade se torna a porta que dá acesso à comunicação. A unidade só pode ser produzida pela dimensão divina; é naquela que esta se realiza. Por isso, os Padres do deserto gostavam de repetir para si e os outros: "Atira-te em Deus". "Atira em Deus tuas preocupações, tuas penas, tuas fadigas". Tudo passa por Deus. Isto quer dizer que o fogo de Deus consome os erros, purifica, de certa forma embeleza e apaga as rugas da alma, para empregarmos a linguagem de Plotino. Graças à aquisição da unidade em Deus, o homem discerne em seu irmão a presença divina. Não é necessário, todavia, que ele o veja em concreto, para exprimir-lhe sua estima; ele o encontra sempre no Amor, no Amor que é Deus. (Excertos do livro "O Deserto Interior") --- {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}