===== CRISTO PREEXISTENTE NAASSENOS ===== Antonio [[gnosticismo:orbe:start|Orbe]] — Cristologia Gnóstica === CAPÍTULO 1.— O CRISTO PREEXISTENTE === [[gnosticismo:escolas-gnosticas:naassenos:start|Naassenos]], [[gnosticismo:escolas-gnosticas:peratas:start|Peratas]] e [[gnosticismo:escolas-gnosticas:setianos:start|Setianos]] de [[ate-agostinho:hipolito:start|Hipólito]]; [[gnosticismo:escolas-gnosticas:ofitas:start|Ofitas]] de São Irineu Os peratas e setianos de Hipólito se desentendem da teologia do mediador e insistem em sua intervenção — como veículo dos gérmens divinos — sobre o mundo sensível. Seu esquema é: Ingênito-autógeno (=[[biblia:figuras:nt-personagens:cristo:start|Cristo]])-gênito. A preexistência se supõe; os componentes físicos do autógeno também. Lê-se os dois títulos do criador ou demiurgo universal do cosmos e salvador dos filhos de [[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]] disseminados nele. Os naassenos de Hipólito discorrem sobre o mesmo esquema fundamental, aditando notícias para definir o Cristo, [[biblia:figuras:pai-mae-filho:filho:start|Filho]] do Anthropos na trindade superior. Os naassenos cultuam ao Anthropos e Filho do Anthropos, que é Andrógino e chamado por eles Adamas; lhe dedicam vários hinos; usam expressões como "a partir de ti (vem o) [[estudos:ernst-benz:pai:start|Pai]] (do mundo criado); por tua causa, a Mãe; os dois nomes imortais, engendradores de eões, ó cidadão do céu, Anthropos de grande nome! (Hipólito V 6,5ss) Para compreensão desta linhas é preciso recorrer aos ofitas de [[ate-agostinho:irineu:start|Irineu de Lião]] (AH I,30,1s), que denunciam uma tríada superior ([[biblia:figuras:pai-mae-filho:pai-filho:start|Pai-FIlho]]-[[biblia:figuras:espirito-santo:start|Espírito Santo]]) duplamente formulada: a) Pai-Filho-Espírito Santo; b) Pai (Primeiro Anthropos) — Filho de Anthropos (Segundo Anthropos) — Primeira Mulher. A qual se agrega uma díade, traduzível de duas formas: 1) Cristo-[[philokalia:philokalia-termos:sophia:start|sophia]]; 2) Pai-Mãe; ou Cristo (Terceiro Anthropos) — (Participação da Tríade superior) — Segunda Mulher (Mãe) Pai (= Primeiro Anthropos) — Filho de Anthropos (= Segundo Anthropos) — Primeira Mulher ↓ Cristo (Primeiro Anthropos) — Segunda Mulher (Mãe) Assim a primeira tríade se une para engendrar um homem andrógino, que se divide em Cristo (superior) e em Sophia, pai e mãe respectivos do mundo futuro. O Cristo é uma projeção do Filho de Anthropos — Filho do Homem ; Sophia ou a Segunda Mulher (femina a femina), projeção da Primeira. Nem os naassenos nem os ofitas de Irineu explicam a lei que preside a origem ou distinção dos cinco membros. A comunhão, todavia, de nome (Anthropos) entre o Pai, o Filho e o Cristo, e também (Femina) entre o Espírito Santo e Sophia, denota a existência de relações especiais entre seus membros. Naassenos escondem sob o nome de Adamas ao Cristo, seja como «Filho de Anthropos», seja como «pai» emanado do anterior. Deixam pendente a «mãe»; e, em vez de iluminar as relações de um e outra («pai» e «mãe») com o Anthropos e Filho de Anthropos, perseguem a sorte de Adamas Filho de Anthropos) em sua epifania ao mundo. Dividem o Filho do Homem em três, como a wp-en:Gerion: parte intelectual (to noeron), animal (to psychikon) e de matéria (to koikon) — veja-se as três linhagens de homens da tradição órfica segundo Proclus, e as três linhagens de [[biblia:figuras:divindade:deuses:start|deuses]] genéticos (celeste, terreno, intermédio) em “De mensibus” de Juan Lido. Acreditam que no conhecimento do Filho do Homem reside o princípio do conhecimento factível de Deus: «O princípio da perfeição é o conhecimento do Anthropos, enquanto a perfeição consumada está no conhecimento de Deus (Pai)». Adicionam à tríada de peratas e setianos, duas complementares: a) uma que situa o Cristo (= autógeno) na Trindade suprema: Pai-Anthropos-Mãe; b) outra que o projeta até o mundo: intelectual-psíquico-material com articulação com as regiões — intelectual, animal, koikon — do cosmo criado. Quadro-resumo || |Ofítica (Irineu I,30)|Naassenos||Ingênito|Pai: Primeiro Anthropos — Segundo Anthropos — Primeira Mãe|Pai: Primeiro Anthropos — Segundo Anthropos — Mãe||[[philokalia:philokalia-termos:autogenes:start|Autogenes]]|Cristo superior; (Prúnicos) = Segunda Mãe|Adamas||Gênito|mundo: espiritual — animal — material|universo: intelectual — animal — material|| No fundo, peratas, setianos e naassenos de Hipólito coincidem. Só os últimos introduzem subdivisões (explícitas) o mesmo na região ingênita que na criada. O autógeno, mediador ente o Deus supremo e o mundo, não apareceu espontâneo. Provém da comunhão de uma tríada superior Pai-Filho-Espírito Santo); segundo Irineu de Lião). E resume — como Andrógino — os dois aspectos que alguns sectários repartem entre o Cristo e Sophia, pai e mãe respectivos do mundo sensível. Chama-se “autógeno” por duas razões, não expressamente declaradas: - a diferença do mundo gênito (resp. criado), particular e sensível, fruto de verdadeira ktisis (e demiurgia) e submetido a “geração e corrupção”, o “autógeno” nasceu do Ingênito como fruto normal e “espontâneo” de sua ideia e vontade (= Espírito de Deus), e, pelo mesmo, em posse de todas aquelas qualidades eões) ideados para Ele e espontaneamente desenvolvidas, uma após outra, segundo a ordem e hierarquia de sua futura mediação. - em sua aparição não está sujeito a uma matéria ou mundo prévio, como o gênito. Peratas, setianos e naassenos apontavam mais que desenvolviam, Sua aparente confusão entre o gênito e o “mundo particular” ou sensível encobre uma rigorosa diferença. O mundo particular, (gr. to idikon) indica o cosmo sensível, hílico, receptáculo do “gênito”, assim como o gênito (to genneton) afeta diretamente ao [[biblia:figuras:divindade:divino:start|Divino]] engendrado no mundo. Um e outro se confundem praticamente, como o continente ou receptáculo (= o cosmo) com o conteúdo mais significado (= a semente divina). Tal gênito, diferentemente do autógeno, aparece — é concebido e engendrado — no mundo sensível como gérmen disseminado desde acima para seu desenvolvimento e maturidade a mercê das leis da matéria e da alma. Enquanto o autógeno (= Cristo) nasceu do Ingênito, com perfeita independência de meios estranhos, como espontânea projeção de sua ideia (esp. economia internamente por ele ideada). No fundo peratas, setianos e naassenos de Hipólito coincidem; somente os últimos introduzem subdivisões explícitas tanto na região ingênita como na criada. A denominação “autógeno”: - Diferentemente do mundo gênito (criado), particular e sensível, fruto de verdadeira ktisis (e demiurgia) e submetido a “geração e corrupção”, o autógeno nasceu do Ingênito como fruto normal e espontâneo de sua ideia e vontade (= Espírito de Deus), e por isso mesmo, de posse de todas aquelas qualidades (eones) idealizadas para Ele e espontaneamente desenvolvidas, umas após as outras, segundo a ordem e a hierarquia de sua futura mediação. - Em sua aparição não está sujeito a uma matéria ou mundo prévio como o gênito. - Os apontamentos sobre peratas, setianos e naassenos, sua aparente confusão entre o gênito e o “mundo particular” ou sensível, encobre um diferença; o mundo particular (to idikon) indica o cosmo sensível, hílico, receptáculo do “gênito”, assim como o gênito (to genneton) afeta diretamente ao divino engendrado no mundo. Um e outro praticamente se confundem como o continente ou receptáculo (=cosmo) com o conteúdo mais significado (=semente divina). - Tal gênito, diferentemente do autógeno, aparece — é concebido e engendrado — no mundo sensível como gérmen disseminado desde Acima para seu desenvolvimento e amadurecimento a mercê das leis da matéria e da alma. Enquanto o autógeno (=Cristo) nasceu do Ingênito, com perfeita independência de meios estranhos, como espontânea projeção de sua ideia (economia internamente por Ele idealizada). {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}