===== INTERPRETAÇÃO DA GNOSE ===== - BIBLIOTECA DE [[gnosticismo:bnh:start|Nag Hammadi]]* - Excertos de do livro de R. Kuntzmann e J.-D. Dubois, trad. de Álvaro Cunha* - [[gnosticismo:bnh:interpretacao-da-gnose:start|Interpretação da Gnose]] (XI,1)* Esta [[philokalia:philokalia-termos:homilia:start|homilia]], bastante mal conservada, parece seguir a ordenação do culto, que previa uma leitura tirada do Evangelho e outra extraída do Apóstolo. Assim, Interpretação da [[gnosticismo:gnose:gnose:start|Gnose]], p. 9,21-14,15, parece interpretar o ensinamento e a [[evangelho-de-jesus:paixao:start|paixão]] do Salvador, enquanto as p. 14,15-21,34 apresentam a Igreja como o [[evangelho-de-jesus:atos-de-jesus:corpo-de-cristo:start|Corpo de Cristo]], a partir de 1Cor, Rm, Cl e Fl. O autor do texto parece se defrontar com uma comunidade dividida, roída pelo ciúme e recusando a partilha dos dons espirituais. Assim, ele mostra o humilde rebaixamento de [[biblia:figuras:nt-personagens:cristo:start|Cristo]], que veio trazer o amor do [[estudos:ernst-benz:pai:start|Pai]] aos "pequenos irmãos" e daí deduz a necessidade da partilha: > *Aliás, quando seu grande [[biblia:figuras:pai-mae-filho:filho:start|Filho]] foi enviado a seus pequenos irmãos, ele propagou externamente o desígnio do Pai e o proclamou diante do Todo. E anulou o antigo laço da dívida, a condenação. E eis aqui esse desígnio: aqueles que se reconhecem a si mesmos como estando reduzidos à escravidão, condenados em Adão, foram arrancados à morte, receberam perdão por seus pecados e foram salvos por (...) (p. 14,28-38).* - Tendo um irmão que olha por nós, como também ele, glorifica o Um que nos deu a graça. Aliás, é conveniente para (cada qual) que amemos o (dom) recebido de ([[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]] e) que não sejamos ciumentos, pois sabemos que aquele que é ciumento coloca obstáculo em seu próprio caminho, já que somente se aniquila a si próprio com o dom, ignorando Deus. Ele deve rejubilar-se, ficar contente e ter piedade e generosidade (p. 15,24-36).* A metáfora paulina do corpo e dos membros (1Cor 12) permite afirmar vigorosamente a unicidade do corpo da Igreja por sobre a multiplicidade e a [[evangelho-de-jesus:logia-jesus:logia-jesus:riqueza:start|Riqueza]] dos dons espirituais: > *Agora, os membros não podem tornar-se todos unicamente pés, unicamente olhos (ou unicamente) mãos, pois não podem viver sozinhos, senão estarão destinados a morrer. Assim, por que amais os membros mortos (em lugar dos) vivos? É que vós sois ignorantes quando os odiais ou quando tendes ciúme deles, (não recebendo) por isso a graça que neles habita, pois não estais predispostos à bondade do coração. Vós deveis dar graças por vossos membros e pedir para vos tornardes tão grandes quanto a graça que vos foi concedida. Pois a Palavra é rica, generosa e benevolente (p. 17,18-36).* Tal como se apresenta, este tratado parece ser comentário tardio de teses e imagens paulinas. No entanto, o texto é gnóstico pelo dualismo latente entre os invejosos e os odiosos, semelhantes ao demiurgo ciumento, e as testemunhas do amor do Pai, os verdadeiros gnósticos. {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}