===== CHENIQUE PERSPECTIVA METAFÍSICA ===== [[estudos:chenique:start|François Chenique]] — A SARÇA ARDENTE — ENSAIO SOBRE A METAFÍSICA DA VIRGEM === A Perspectiva Metafísica — resumo === ORIGEM DA PALAVRA - VIDE metafísica - Ta meta ta physika é o nome dado à obra de Aristóteles que hoje denominamos Metafísica, porque fazia sequência à Física (Physika) na coleção de obras de Aristóteles compiladas por Andrônico de Rodes no I século AC. Sob esta forma, a expressão datada do início do cristianismo veio a cunhar o termo Metaphysica em uma palavra somente na Idade Média. - Para os Antigos, a física englobava o que hoje em dia denominamos “ciências da natureza”, onde os termos física e natureza implicam a ideia de devir, de produção. A metafísica trata portanto do que está “depois” ou “além” da natureza. O domínio da metafísica é portanto aquele dos princípios primeiros que são de ordem universal. - Não se tratam de princípios lógicos que seriam de algum modo somente da razão, mas de princípios ao mesmo tempo “lógicos” e “ontológicos”, que se poderiam denominar “arquétipos”quer dizer, realidades se situando no nível que vai além da natureza e da razão; seriam as Ideias de Platão, sem que que seja necessário aí ver algo análogo ao idealismo dos filósofos contemporâneos. - Todo sistema de lógica se apoia inevitavelmente sobre uma “metalógica” que lhe serve de fundamento. Se há leis no interior de um cálculo lógico, há regras que dominam este sistema, e no limite a metalógica é uma expressão da metafísica. METAFÍSICA E FILOSOFIA [[estudos:filosofia-medieval:escolastica:start|ESCOLÁSTICA]] - VIDE [[medievo:tomas-de-aquino:gardeil:start|Gardeil]] sobre a metafísica de [[medievo:tomas-de-aquino:start|Tomás de Aquino]] - Tomás de Aquino comentou a Metafísica de Aristóteles; graças a ele a filosofia aristotélica veio a ser o sistema de base no Ocidente cristão, chegando a se identificar com a filosofia escolástica. - O debate sobre o ser como tal e sobre suas propriedades é o centro da metafísica de Aristóteles, dando Tomás de Aquino ênfase a três concepções: - A metafísica como ciência das causas primeiras e dos princípios primeiros - A metafísica como ciência do ser enquanto ser - A metafísica pode ser definida como a ciência daquilo que é imóvel e separado. - Donde decorrem prerrogativas da metafísica: - Uma ciência especulativa, onde o saber é buscado para ele mesmo e não para uma ação prática. - A metafísica é uma ciência livre pois todas as outras ciências lhe são ordenadas como a seu fim. - A metafísica não é uma ciência humana. - A metafísica é a mais nobre de todas as ciências. - A metafísica concebida como sabedoria: [[medievo:tomas-de-aquino:gardeil:gardeil-metafisica:gardeil-sabedoria:start|Gardeil Sabedoria]] - Chenique considera que Gardeil quer dizer em seu texto que a sabedoria não deve ser somente fruto do raciocínio humano, mas se apoiar na Revelação, se expandindo sob a influência dos dons do [[biblia:figuras:espirito-santo:start|Espírito Santo]] até a contemplação da eterna Verdade. - Esta "sabedoria integral" que denominamos metafísica, não havendo mais separação entre o estudo teórico e a realização espiritual. METAFÍSICA E SISTEMAS FILOSÓFICOS - Percurso da filosofia em decadência desde Aristóteles, acentuando sua queda em Descartes, conforme o entendimento dos tradicionalistas em geral. RAZÃO E INTELECTO - Retomada do texto de Gardeil — Gardeil Sabedoria, enfatizando o último grau de sabedoria, sabedoria dom do Espírito Santo, como alcançando a [[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]] segundo um modo não-humano. - Para tal um indivíduo humano deve ter nele algo de "não-humano" ou de "supra-humano", ou pelo menos a possibilidade de receber algo de supra-humano como o dom da Sabedoria que o primeiro dos dons do Espírito Santo. Para os escolásticos o "órgão" do conhecimento metafísico é o intelecto (termo traduzido do grego [[philokalia:philokalia-termos:nous:start|nous]], distinguindo-se o intelecto agente ou ativo — nous apathes de Arsitóteles, que se tronou o nous poietikos em seus comentadores ; e o intelecto paciente ou passivo, nous pathetikos. - [[ate-agostinho:agostinho:start|Agostinho de Hipona]] distinguia a "razão superior" voltada para as realidade eternas e a "razão inferior" voltada para as coisas temporais, embora só se distinguissem por suas funções. - Precisões de vocabulário escolástico: - phantasmata, são as imagens das coisas sensíveis recebidas pelos sentidos sem elaboração prévia. - species: as imagens (phantasmatas destacadas de suas condições materiais) são denominadas "impressas" (species impressae) porque são impressas pelos objetos nos sentidos. Elas se tornam "inteligíveis" graças ao intelecto agente e são recebidas no "intelecto passivo"; elas se denominam "expressas" (species expressae) porque elas são exprimidas a partir de espécies impressas. Não sãos as ideias, mas aquilo pelo qual o intelecto passivo é preparado para a formação das ideias. - illuminatio (ou abstractio): é a abstração operada a partir das espécies impressas. - intellectus agens: o intelecto agente ou ativo que opera a iluminação ou abstração. - intellectus paciens: o intelecto paciente ou passivo que provoca o ato de intelecção. - intellectus superior: é o Intelecto superior ou Intelecto [[biblia:figuras:divindade:divino:start|Divino]]. é dele que vem o intelecto agente que participa de algum modo no Intelecto superior. - Resumindo pontos importantes do ensino escolástico: - O intelecto não vê os inteligíveis na essência divina: com efeito, os inteligíveis ou "ideias" em Deus são Deus Ele mesmo (v. forma); como não contemplamos Deus Ele mesmo, não contemplamos os inteligíveis na essência divina. - O intelecto não tem ideias "inatas"; é a partir das coisas sensíveis com ajuda da experiência que formamos nossas ideias; distanciamento da filosofia de Platão. - O intelecto nos permite compreender com a ajuda de imagens recebidas pelos sentidos. É a partir do dados sensíveis que formamos os conceitos. Um cego de nascença não pode ter o conceito de "cor" e se sabe hoje em dia quanto o progresso intelectual está ligado ao bom funcionamento dos sentidos, da memória e da imaginação. VIDE: INTELECTO AGENTE {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}