===== SANSÃO ===== [[biblia:start|Bíblia]] – [[biblia:tipologia:sansao:start|Sansão]] VIDE: sofia:Samson A essência concentrada da filosofia druídica, bem como do orfismo grego, era Rheo, “eu escorro, fluo”, o nome que Gwion dá à letra R: Panta Rhei, “todas as coisas fluem”. O principal problema do paganismo está contido em Riuben, o nome alternativo para R, se tal estiver no lugar de Rymbonao: “Devem todas as coisas girar eternamente? ou, como podemos escapar da Roda?” Este era o dilema de Sansão, o herói solar, quando foi atado a um moinho em Gaza; e convém observar que o termo “moinho” era empregado na filosofia grega para designar as esferas giratórias dos céus. Sansão resolveu muito bem o problema, derrubando as duas colunas do templo, de modo que o teto desabou sobre todos. Os órficos tinham outra solução mais tranquila e as gravavam em código sobre tabletes de ouro que amarravam em torno do pescoço de seu ente querido. Era ela: não esquecer; recusar-se a beber das águas do lago de Lete sombreado por ciprestes, por mais sedento que estivesse; aceitar água apenas do lago consagrado a Perséfone (sombreado por aveleiras?), assemelhando-se, assim, aos imortais Senhores dos Mortos, livrando-se de novos esquartejamentos, destruições, ressurreições e renascimentos. O cipreste, que tipifica o renascimento, era consagrado a Héracles, e fora plantado por ele próprio, em Dafne, o famoso bosque destas árvores. A palavra “cipreste” deriva de Cipris, batizado assim em honra de sua mãe, a Afrodite cipriota. O culto do cipreste sagrado é de origem minóica e deve ter sido levado de Creta para Chipre. Em King Jesus sugiro também que as duas ordens misteriosas dos essênios, os sansonianos (sampsonians) e os heliceanos, eram peritos nos mistérios do calendário e deviam seus nomes a Sansão (cujo segundo s, em alguns textos gregos, é ps), herói solar, e a Helix, o círculo cósmico. (O essênio que desejasse meditar deveria isolar-se do mundo dentro de um círculo traçado a seu redor, na areia.) Sansão era um [[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]] solar da Palestina incluído de maneira imprópria no corpo dos mitos religiosos judaicos, cuja história recebeu uma redação final como um herói israelita do tempo dos Juizes. Ele pertencia a uma sociedade exogâmica e, assim, matrilinear, conforme se prova pelo fato de Dalila ter permanecido com sua própria tribo depois do casamento; em sociedade patriarcal, a esposa vai para a tribo do marido. O nome “Sansão” significa “do Sol” e “Dan”, sua tribo, é a denominação de uma [[biblia:figuras:divindade:start|Divindade]] assíria. Assim como Héracles, Sansão matou um leão com as próprias mãos, e seu enigma sobre as abelhas que infestam a carcaça do leão que matara, se remontada à forma iconográfica, mostra Aristeu, o Héracles pelasgo — [[estudos:ernst-benz:pai:start|Pai]] de Actéon, rei do culto do veado e [[biblia:figuras:pai-mae-filho:filho:start|Filho]] do Centauro Quirão — matando um leão-montês no monte Pelião, de cuja carne ferida saiu o primeiro enxame de abelhas. (Robert Graves, A [[biblia:figuras:divindade:deusa:start|Deusa]] Branca) [...] se destruirdes em um homem a [[evangelho-de-jesus:paixao:start|paixão]] que o anima, o tereis privado no mesmo instante de todas as sueis luzes; sob esse aspecto, a cabeleira de Sansão parece ser o símbolo das paixões: cortados os seus cabelos, Sansão não é nada mais que homem comum (...). A ausência total das paixões, se pudesse existir, produziria em nós total embrutecimento (...). Com efeito, as paixões são o fogo celeste que vivifica o mundo moral: é a estas que as ciências e as artes devem suas descobertas e a alma a sua elevação. Se a humanidade deve-lhes também os seus vícios e a maior parte de suas chagas, isto não dá em absoluto aos moralistas o direito de condenar as paixões e considerá-las mera loucura. A virtude sublime e a sabedoria iluminada são dois resultados muito belos de tal loucura, capazes portanto de torná-la respeitável aos seus olhos. (Holbach) [[contra-reforma:joao-da-cruz:start|João da Cruz]]"] Quanto mais intenso é o apetite tanto maior tormento traz à alma, de sorte que ela tanto mais tormento tem, quanto mais os apetites a possuem. Vê-se, então, desde esta vida, cumprir-se nela a sentença do Apocalipse: «Quanto se tem glorificado e tem vivido em deleites, tanto lhe dai de tormento e pranto» ( Apoc 18, 7 ). A alma presa dos seus apetites sofre dor e suplício comparáveis aos da pessoa que cai em mãos de inimigos. O forte Sansão disso nos oferece exemplo: era Juiz de [[philokalia:philokalia-termos:israel:start|Israel]], célebre por seu valor, gozava de grande liberdade. Tendo caído em poder de seus inimigos, privaram-no de sua força, vazaram-lhe os olhos, obrigaram-no a rodar a mó do moinho e lhe infligiram as mais cruéis torturas. Tal é a condição da alma na qual os seus apetites vivem e vencem. Causam-lhe um primeiro mal que é o de enfraquecê-la e cegá-la, como explicaremos mais adiante. Atormentam-na e afligem-na depois, atando-a à mó da concupiscência. E os laços com que está presa são seus próprios apetites. (João da Cruz) {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}