===== ESCRITURAS E TRADIÇÃO JUDAICA ===== Dentre os Perenialistas aquele que mais se dedicou a este estudo foi sem dúvida Leo Schaya, que nos legou um livro inigualável não só pela fidelidade à tradição judaica como pela profundidade que trata especificamente o tema da Qabbalah. É dele que retiramos a apresentação das Escrituras dentro da Tradição Judaica. A Torah oral é a transmissão, de geração em geração, dos Mistérios e das “interpretações”, contidas como “sons” — palavras inspiradas — ou “luzes brilhantes” — visões espirituais — na Torah escrita. Se é dito no Aboth: “[[biblia:tipologia:moises:start|Moisés]] recebeu a Torah sobre o Sinai, ele a transmitiu a Josué, Josué aos Anciãos, os Anciãos aos Profetas, e os Profetas aos homens da Grande Sinagoga”, trata-se, como acabamos de ver, ao mesmo tempo da Torah escrita e da Torah oral. “Quando o Santo Único, bendito seja, Se revela sobre o Sinai para dar a Torah a [[philokalia:philokalia-termos:israel:start|Israel]], Ele a remete a Moisés na seguinte ordem: a Escritura (a Torah escrita), a Mischnah, o Talmude, a Haggadah (que designa sinteticamente toda a Torah oral)”. A Torah escrita, no sentido mais estrito, consiste no Pentateuco (os “cinco quintos da Doutrina”, ou cinco livros de Moisés) e, em sentido mais amplo, também nos Profetas (Nebiim) e os Hagiógrafos” (Kethubim). A Torah oral abarca, por um lado, o Talmude, o “Estudo” público ou o Comentário exotérico da Escritura (no qual está geralmente implicada a Mischnah ou “Repetição” do ensinamento oral; a Guemarah, “Complemento” ou comentário da Mischnah; os Midraschim, “Esposições” rabínicas; e a Haggadah, “Narração” tradicional — histórica e simbólica — que abarca as partes não legislativas da Guemarah e dos Midraschim); por outro lado, a Torah oral compreende a Qabbalah, o Comentário esotérico da Escritura, a iniciação nos “Mistérios da Torah”. Adin Steinsaltz (Adin Even Yisrael): Excertos de "A Rosa de Treze Pétalas". Maayanot, 1992. As Escrituras, começando pela [[biblia:start|Bíblia]] e incluindo as várias obras da exegese e comentário, como o Talmude, a Cabala e outros escritos — ocupam um lugar tão central e especial no judaísmo, que o nome hebraico desta literatura sagrada, Torá, não pode ser traduzido corretamente para nenhuma outra linguagem. Como alguém resumiu uma vez, muito bem: outras religiões têm um conceito das escrituras como sendo derivadas do Paraíso, mas somente o judaísmo parece estar baseado na ideia que a Escritura da Torá é o Paraíso em si mesmo. Em outras palavras, a Torá dos [[evangelho-de-jesus:evangelho-personagens:judeus:start|Judeus]] é a essência da revelação divina; não é somente uma base para a vida social, política e religiosa, mas é, em si mesma, uma coisa de valor supremo. [[biblia:tipologia:elias:start|Elias]] Lipiner: Excertos do livro de Elias Lipiner, "As letras do Alfabeto na criação do mundo" O alfabeto hebraico é constituído, em regra, exclusivamente de consoantes. Para substituir as vogais das línguas modernas ajuntam-se às letras, em variadas posições, certos sinais chamados pontos vocálicos ou massoréticos, com o auxílio dos quais se forma a leitura e o sentido estável das palavras. Os textos hebraicos antigos, porém, e particularmente os canonizados, apresentam-se sem ostentar graficamente os pontos vocálicos, que são uma invenção técnica posterior. Tal ausência originária, tornou-os suscetíveis de apresentar um grande número de variedades semânticas, dando margem às mais variadas e estranhas interpretações, correspondentes às alternadas e arbitrárias formas de sua leitura. Deve ter sido essa porta aberta para a arbitrariedade que sugeriu aos exegetas a possibilidade das mais variadas formas de leitura de um mesmo texto. Primeiro, porque o ajuntamento mental das vogais arbitrariamente feito dá ensejo a alterações relativas do significado do texto; e, segundo, porque, de maneira mais ampla, a consideração do texto independentemente das palavras cm que é dividido dá ensejo ao agrupamento e reagrupamento das letras de um mesmo texto em palavras que formam significados diferentes, ou mesmo contraditórios. Face a tal emaranhado de vocábulos, sem separação entre eles e sem pontuação, à maneira do que sucedia em manuscritos de escribas e copistas da antiguidade, abrem-se novas perspectivas mentais ao pensamento utópico. Isto é devido à alternativa surgida para livrar-se do absolutismo teológico imposto pela interpretação literal da Lei canonizada. Vencido aos poucos o excessivo apego dos exegetas à leitura tradicionalista do texto sinaíta, suspende-se gradativamente o véu sutil sobre ele deitado, para a penetração cada vez mais ousada além do sentido literal. E, o que é mais importante: através da nova alternativa insinuam-se sutilmente a afinidade e a analogia reveladas entre um texto cujo sentido é imposto por seus pontos vocálicos e a ordem mundial vigente, na qual o homem se sente acorrentado a um sistema legal de restrições e proibições. Essa surpreendente teoria da relatividade alfabética, criada, ou admitida e desenvolvida pelo autor do Livro da Imagem, permitiu-lhe ir muito além do texto tradicional, fingindo revelar segredos captados nos seus estratos profundos. Além da aludida possibilidade semântica de interpretar o texto mediante a recomposição das letras que o formam, reescrevendo-se e refazendo-se o seu conteúdo, existe ainda a semântica de cada signo gráfico tomado isoladamente. As próprias letras do alfabeto, nas suas figuras em geral, bem como nos detalhes da composição geométrica destas últimas por ângulos, linhas e pontos, têm ensinamentos esotéricos cifrados. Cada uma é tomada como unidade metafísica, como partícula de [[biblia:figuras:divindade:start|Divindade]], admitindo variadas e aprofundadas interpretações de acordo com o lugar que ocupa na hierarquia alfabética, com sua estrutura geométrica e outros detalhes desta categoria. C. del Tilo Excertos de LA PUERTA Existen dos temas principales a los que los cabalistas han dedicado sus comentários: la Obra de Bereshit (de la creación, en el primer capítulo del Génesis) y la Vision de la Merkabah (del Trono o Carro [[biblia:figuras:divindade:divino:start|Divino]], en el primer capítulo del libro de [[biblia:figuras:ezequiel-tetramorfos:start|Ezequiel]]). Los Cabalistas hebreos comentan la Escritura empleando una terminologia propia que se fundamenta en la misma lengua hebrea, es decir, en las letras y en las palabras; para acercarse a este mundo parece, pues, imprescindible el conocimiento prévio de la lengua hebrea (en este sentido, pueden existir otras Cábalas basadas en otras lenguas como la griega, la latina o la árabe). A partir de las palabras, los Maestros de la Cábala hebrea utilizan a menudo vários procedimientos a fin de apuntar la relación oculta que existe entre dos o más palabras. Los principales son: la guematría: suma del valor numérico de cada letra de una palabra, relacionándola con otra de idêntico valor numérico; la temurah: cambio del orden de las letras de una palabra para formar otra; el notariqón: selección de las primeras letras de las palabras para formar otra. Son procedimientos que sólo los Maestros pueden utilizar correctamente para explicar y comentar las Santas Escrituras. Así, se comprende fácilmente el cuidado que tienen los judios en la exacta conservación del texto de sus Escrituras. {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}