===== STROMATA GNÓSTICOS ===== [[ate-agostinho:clemente:start|Clemente de Alexandria]] — [[ate-agostinho:clemente:stromata:start|Stromata]] Clemente de Alexandria — [[ate-agostinho:clemente:stromata:stromata-iv:start|STROMATA IV]]-V, Fuentes Patrísticas 15, — Martírio cristiano e investigación sobre Dios, edición bilingüe, introdução, tradução e notas por Marcelo Merino Rodríguez, Editorial Ciudad Nueva, Madrid, Espanha, 2003, 633 p., ISBN 84-9715-035-X Contribuição e tradução de Antonio Carneiro das páginas 177 até 185, Capítulo XIII — 89,1-6 — 94, 1-4 89 — 1. Em verdade, também sobre estas coisas seria prolixo o discurso, que se reserva para tratar quando se apresente a ocasião. 2. Não obstante, [[gnosticismo:escolas-gnosticas:valentino:start|Valentino]] escreve em uma [[philokalia:philokalia-termos:homilia:start|homilia]] textualmente: “Desde o princípio sois imortais, são filhos naturais da [[philokalia:larchet:morte-tradicao-ortodoxa:vida-eterna:start|Vida Eterna]]; haveis querido compartir a morte entre vós, para aniquilá-la e consumá-la, para que a morte seja absorvida entre vós e por vós. 3. Efetivamente, quando dissolvais o mundo, mas sem que sejais vós dissolvidos, dominareis sobre a criação e sobre a destruição” . 4. Com efeito, também este, como Basílides, supõe uma raça que se salva pela natureza; mas que essa raça superior viria até nós aqui desde acima para destruir a morte, enquanto que a origem da morte seria obra do criador do mundo. 5. Por isso (Valentino) interpreta assim aquelas palavras: “Ninguém que veja o rosto de [[biblia:figuras:divindade:deus:start|Deus]] viverá” (Ex 33, 20), como se causasse a morte. 6. A respeito a este Deus alude quando escreve estas expressões: “Quanto menor é a imagem do rosto vivente, tanto menor é o cosmos ao eon vivente”. 90 — 1. “Qual é , pois, a causa da imagem ? É a majestade do rosto a que proporcionou o modelo ao pintor, para que seja honrado mediante o nome do modelo. Com efeito, não se encontrou de maneira autêntica uma forma, mas sim que o nome supriu o que faltou na plasmação. Desta maneira, também o invisível de Deus contribui para a fé do que foi plasmado”. 2. Assim denomina ao demiurgo, chamado como Deus e [[estudos:ernst-benz:pai:start|Pai]], imagem e profeta do Deus verdadeiro; mas chama pintor à Sabedoria, cuja plasmação é a imagem, para a glória do invisível; porque o que procede de um par são plenitudes, enquanto que o que procede de um são imagens. 3. Mas posto que o que aparece dele não é a alma intermediária, vem então o superior, o sopro do espírito superior que insufla por inteiro n'alma, na imagem do espírito; e em geral, o dito Demiurgo, feito “a imagem”, afirmam eles que no “Gênesis” está profetizado isso mesmo em forma de imagem sensível a respeito da formação do homem. 4. E precisamente eles se aplicam a si-mesmos a semelhança, mostrando que a comunicação do espírito superior lhes chegou sem que soubesse o Demiurgo. 91 — 1. Em verdade, quando formos tratar sobre a unidade de Deus, proclamada pela Lei, os profetas e o Evangelho, discutiremos também esta questão (porque o [[philokalia:philokalia-termos:logos:start|logos]] é o primordial), mas tem que ir ao encontro do que apressa . 2. Se a raça superior vem para destruir a morte, então [[biblia:figuras:nt-personagens:cristo:start|Cristo]] não aboliu a morte, a não ser que se diga que também ele era consubstancial à eles; por outro lado, se Ele a aboliu para que não afetasse a raça superior, não aniquilando a morte à esses, os remedadores do Demiurgo, os que formam parte da alma intermediária, os que insuflam em sua própria imagem a vida que procede do alto, segundo esta doutrina herética, ainda que afirmem que isto sucede por meio da mãe. 3. Mas, ainda que afirmassem que com Cristo lutam contra a morte, confessem a doutrina que permaneceu oculta, quer dizer, se atrevem a lançar invectivas contra o [[biblia:figuras:divindade:divino:start|Divino]] poder do Demiurgo, retificando sua criação eles, enquanto melhores que aquele, e tratando de salvar a imagem psíquica que o Demiurgo não pôde livrar da corrupção. 4. Portanto, também o Senhor seria melhor que o Deus criador. Então, o [[biblia:figuras:pai-mae-filho:filho:start|Filho]] nunca poderá lutar contra o Pai, porque se tratam de [[biblia:figuras:divindade:deuses:start|deuses]]. 92 — 1. Mas, que Ele é o Pai do Filho, o criador do universo, o Senhor omnipotente, deixemos para refletir sobre o que prometemos discutir frente às heresias, demonstrando que o (Pai) é o único predicado pelo (Filho). 2. Então, o Apóstolo, ao escrever sobre a paciência nas tribulações, nos diz: “Também isso vem da parte de Deus; que a vós se lhes foi outorgado por Cristo não somente [[evangelho-de-jesus:logia-jesus:logia-jesus:crer:start|Crer]] em Ele, mas sim também padecer por Ele; sustentando o mesmo combate que haveis visto em mim e agora ouvis de mim. 3. Se tem pois, alguma consolação em Cristo, algum estímulo de amor, se existe alguma comunhão de espírito, se tem ternura e misericórdia, enchei minha usufruição, julgando o mesmo, tendo o mesmo amor, com iguais sentimentos, pensando uma só coisa” (Flp 1,28; 2, 2). 4. Se (o Apóstolo) se imola “no sacrifício e no serviço da fé” (Flp 2, 17), enquanto alegra e congratula, aos que o Logos, com o Apóstolo, aos filipenses, os chama co-partícipes da graça, como os denomina de idênticos sentimentos e psíquicos ? 5. De igual modo, quando escreve sobre suas relações com Timóteo, diz: “Não tenho a ninguém com os mesmos sentimentos que com sinceridade cuide do vosso. Com efeito, todos buscam seus próprios interesses, não os de Cristo Jesus” (Flp 2, 20-21). 93 — 1. Assim pois, os mencionados (hereges), e também os frígios, não nos denominam psíquicos, como se fosse uma infâmia. com efeito, também esses (frígios) chamam psíquicos Àqueles que não obedecem à nova profecia; discutiremos com eles nos (escritos) “Sobre a Profecia”. 2. Então, é necessário que o (homem) perfeito pratique o amor e desde aí tenda rumo à amizade com Deus, cumprindo os mandamentos por amor. 3. O amar aos inimigos, diz (a Escritura), não é querer o mal, nem a impiedade, o adultério ou o roubo, mas sim (amar) ao ímpio, ao adúltero e ao ladrão, não enquanto pecam e com tais ações mancham a denominação do homem, mas sim como homens e obras de Deus. Obviamente o pecar consiste em uma ação, não em uma substância; por isso não é obra de Deus. 94 — 1. Os pecadores são chamados [[estudos:mcginn:anticristo:inimigos-de-deus:start|Inimigos de Deus]] pelo distanciamento que provem de seu livre arbítrio, pois são inimigos dos mandamentos, aos que não obedecem, ao igual que são amigos (de Deus) os que os obedecem e por isso são chamados familiares (de Deus) . 2. Nada é a inimizade nem o pecado sem inimigo e sem pecador. O (preceito de) não desejar não revela não ter desejo algum, como se as coisas desejáveis (nos) fossem estranhas, conforme deixam deslizar os que adoutrinam que o Criador é diferente do Deus primeiro, quando não que a geração é abominável e má; 3. estas opiniões, pois, são ímpias, e nós chamamos estranhas às coisas do mundo, não porque sejam absurdas, nem como não pertencentes à Deus, Senhor de tudo, mas sim porque, ao não permanecermos nelas toda eternidade, são estranhas por possessão, pois são de uns e de outros sucessivamente, mas à respeito de sua unidade são próprias de cada um de nós, para quem também foram feitas; tão somente tem que aproximar-se à elas na [[evangelho-de-jesus:logia-jesus:logia-jesus:medida:start|Medida]] do necessário. 4. Conforme, pois, ao impulso natural tem que fazer bom uso do que não está proibido, evitando toda exageração e complacência nisso. ==== NOTA DO TRADUTOR ==== Para os que querem se aprofundar de forma específica neste assunto, recomenda-se a leitura do texto de Antonio [[gnosticismo:orbe:start|Orbe]], "Los hombres y el creador según una homilía de Valentín (Clem. Strom. IV, cap 13; 89,1 -91.3)", Gregorianum 55 (1974) pp. 5-48 ; 339-368. Caso haja interesse maior pelo tema valentiniano, outros textos deste autor, descritos a seguir, poderão vir a contribuir no estudo do leitor veja também ((Orbe Bibliografia): Antonio Orbe, Estudios valentinianos 5 t., Pontificia Universitatis Gregorianae (PUG), Roma, 1955-1966. — Hacia la primera teología de la procesión del [[biblia:figuras:verbo:start|Verbo]] 1958, pp.(755-788). Series Estudios Valentinianos — v. 1. — En los albores de la exegesis iohannea (Ioh. 1,3) 1955, pp.(379-387). Series Estudios Valentinianos — v. 2. — La unción del Verbo, 1961, pp.(657-683).Series Estudios Valentinianos — v. 3. — La teologia del Espiritu Santo. 1966, pp.(707-747).Series Estudios Valentinianos — v. 4. — Los primeros herejes ante la persecucion. 1956. Series Estudios Valentinianos — v. 5. Antonio Orbe, "La muerte de Jesús en la economía valentiniana", Gregorianum 40 (1959) pp. 467-499; pp. 636-670 Antonio Orbe, "La encarnación entre los valentinianos", Gregorianum 53 (1972) pp. 201-235. Antonio Orbe, "Los valentinianos y el matrimonio espiritual. Hacia los [[ate-agostinho:origenes:start|orígenes]] de la mística nupcial", Gregorianum 58 (1977) pp. 5-53. Antonio Orbe, "Trayectoria del [[philokalia:philokalia-termos:pneuma:start|pneuma]] en la Economía valentiniana de la salud", Compostellanum 33 (1988) pp. 7-52. Antonio Orbe, Biblia y teologiá entre los valentinianos: ejemplos de interferencia entre exegesis y teologia (1996) — In: Augustinianum 36 (1996) pp. 5-12 : {{indexmenu>.#1|skipns=/^playground|^wiki/ nsonly}}